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sexta-feira, 13 de março de 2015
MANIFESTO - Saúde na Restinga Nova
MANIFESTO,
Saúde na Restinga Nova
No decorrer dos anos a saúde na Restinga nunca foi prioridade absoluta, apesar da comunidade em muitas ocasiões onde a saúde foi estabelecida como primazia entre os serviços públicos, como por exemplo, as primeiras ampliações do Posto Restinga na Rua Abolição (1990), criação da Emergência na IIIª unidade com priorização do atendimento pela SMS (abandonado para conveniar com HPB – Hosp. Pque. Belém) e (ex-emergência do Moinhos de vento); a transformação do INAMPS em unidade de saúde (hoje Ubs Macedônia); a entrega ambulância que foi inaugurada na rua em frente a Amovir, e foi parar no mun. de Cidreira +-(1988) sem qualquer explicação informação envolvendo a comunidade. Discutimos a saúde na comunidade em diversas ocasiões, e a partir de 1990 priorizamos no orçamento público municipal pela primeira vez como cidadãos organizados nos movimentos sociais.
A construção do Hospital (HGR) com recursos da Filantropia contra a vontade de autoridades que afirmavam que nossa região não precisava deste tipo de equipamento.
A saúde pública cada vez mais vem sendo desviada para iniciativa privada por atitudes dos gestores e políticos malfeitores, e nem sempre é fidedigna aos benefícios dos cidadãos mais humildes com os princípios da moralidade a vida, assim como os diversos governantes vacilam, não respeitam a saúde como prioridade absoluta às cças/adolescentes levando, em conta a prevenção de fato.
Por sua vez educação e saúde (seus dirigentes) não conversam entre si sobre as necessidades da clientela de usuários, a fim de estabelecer a prevenção como meio de esclarecer, formar, capacitar, qualificar e coletar dados para identificar tendências maléficas à saúde pública que nos atrapalham e matam cidadãos da comunidade, principalmente, os jovens.
Atualmente a UBS Macedônia tem mais de 55 mil cadastrados (a ser enxugados), concentrando um atendimento insuficiente de profissionais de saúde, e qualifique bom atendimento das prioridades necessárias, bem como reduza significativamente os Índices de mortalidade infantil (um do mais elevado da Restinga e de Porto Alegre). ASSINAM:_________________________________________
__________________________________________________________________________________
sábado, 28 de dezembro de 2013
MANIFESTO DE INDIGNAÇÃO
MANIFESTO DE INDIGNAÇÃO
Acontecendo!
Hoje somos uma
comunidade que a cada dia cresce vertiginosamente sua população e seus
problemas cada vez mais insolúveis com a passar dos anos. As criaturas vêm
residir na Restinga e imediações com falta de infraestrutura de serviços
públicos. E a “prefa” planeja mal para acompanhar o crescimento desmedido.
Estamos a “Bangu”, o crescimento de seres humanos com diferentes demandas não
atendidas ao longo da nossa história. Há muito tempo não temos formação
política para apreendermos de vez as estruturas coletivas do bem comum que
sejam o nosso favor. Queremos autonomia para viver a vida.
A mesmice de sempre, a
comunidade está cada vez mais “zonza”, não há liderança capaz de responder as
indagações, dar direção aos anseios das reivindicações necessárias ao desempenho
dos serviços públicos, que há muitos anos pautados no orçamento público, sendo
aprovadas como demandas priorizadas e hierarquizadas nas estâncias de poder das
diferentes esferas públicas e não aplicados na íntegra.
Mas parece que temos
que ficar assistindo o recolhimento de mais cadáveres de jovens nas nossas
esquinas pelo IML; vemos os serviços (escolas, moradia, transporte e lazer) fazer
pouco ou quase nada para acolhimento, bem estar e qualificar as ações que
beneficiem a todos em nossa comunidade, bem como as ações de prevenção a saúde
de um modo geral que tenha atendimento qualificado, acolhimentos dignos, atenda
as nossas reivindicações elencadas pelo nosso Conselho Distrital de Saúde, com
ações no Ministério Público.
Assistimos, participamos,
denunciamos, reivindicamos com nossos pares na comunidade em que residimos há bastante
tempo. Mas é um verdadeiro faz de conta de profissionais, comunidade e poder
público. Na nossa frente nos agradam, sorriem, prometem, assinam documentos,
fazem campanha eleitoral, mas nestes anos todos que presenciamos com nosso
testemunho, mas poucas coisas melhoram com demanda crescente.
Mas continuamos
acreditando nas soluções participativas, assim a vida continua. A limpeza
humana para a COPA em processo de execução onde despejam mais e mais gente a
cada dia, mas não encontramos um canal de escuta verdadeiro dos nossos anseios.
Estamos angustiados no nosso dia-a-dia, buscando soluções simples e claras
construídas com as várias mãos na comunidade, mas não um mero exemplo ou um
simples exercício de cidadania, algo verdadeiro.
Por isso, conclamamos
a todas as pessoas de bem, que desejam o bem comum da comunidade da Restinga,
ajudem, principalmente os movimentos sociais, entidades que convivem durante
anos da nossa existência, independente de posição política, a resolvermos os
nossos principais problemas presentes em nossas vidas, que continuam a infernizar
o nosso cotidiano do nosso bairro.
Devemos nos fazer
cargo das demandas que são fruto do nosso entendimento, discussão e exigências
das políticas públicas que beneficiam a todos.
Por fim, estancar de vez a ação dos indivíduos oportunistas
que fazem da comunidade um balcão de negócios onde os espertalhões
comercializam de tudo por dinheiro e poder. Temos que dar um basta com nossa
organização, superando as divergências para o bem de toda a Restinga!
“Unidos, alegres, bem humorados em qualquer lugar! A Restinga
é “nóis”!”. Assinam,
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
SINTAM-SE CONVIDADOS
PROGRAMAÇÃO DO EVENTO: III SEMINÁRIO BRASILEIRO DE POÉTICAS
ORAIS
EIXOS DE DISCUSSÃO: partic.INSTITUTO DE LETRAS – UFRGS e outras univerdades brasileiras
e convidado chileno
1. Autoria, performance, língua e ensino LOCAL: UFRGS- campus Centro – ANFITEATRO2
2. Espaços, saberes e transmissão: práticas culturais e populares
3. Vozes da cidade: periferias e mídias
4. Vozes ameríndias
5. Vozes luso-africanas e negras
16 DE SETEMBRO 8h – Credenciamento09h30min – Mesa de Abertura: – Direção do Instituto de Letras, Coordenação do PPG/Letras, Vera Lúcia Cardoso Medeiros (UNIPAMPA/Vice-Coordenadora do GT de Literatura Oral e Popular da ANPOLL)
10h - 12h – Prosa (A) fiada: Rita Camisolão
(DEDS/PROREXT/UFRGS), Allan da Rosa (escritor), Maria Ignez Ayala (UFPB), José
Carlos dos Santos (morador da Restinga). Mediadora: Vera Medeiros (UNIPAMPA)
14h - 16h - Relato de experiências de aprendizagens com oralidade:
escola e universidade: Margarete Schlatter (PPE/UFRGS) e educadores inscritos.
Mediador: Carlos Batista Bach (UFRGS).
16h30min – 18h – Mesa Redonda 1: – Vozes Luso-Africanas e negras:
Conceição Evaristo (escritora), Luciana Prass (Música/UFRGS), Allan da Rosa
(escritor). Mediadora: Cristina Mielczarski dos Santos (UFRGS).
....?
19h30min – Sarau Seu Jorge e Banda/capoeira Olufé – Restinga
17 DE SETEMBRO
08h30min - 10h – Sessão de Comunicações I
10h30min - 12h – Mesa Redonda 2: Vozes populares e tradicionais: autoria e performance: Marcos Ayala (UFPB), Lawrence Flores Pereira (UFSM), Luciana Hartmann (Artes Cênicas/UnB), Josebel Akel Fares (UEPA). Mediadora: Surian Seidl (UFRGS)
14h - 15h30min – Sessão de Comunicações II
15h30min -17h – Sessão de vídeos: Mediadora: Renata Ávila Troca
(UFRGS)
17h -18h30min – Mesa Redonda 3: Vozes da Cidade: periferias e
mídias: Frederico Augusto Garcia Fernandes (UEL), Thamer Tabet (Brock
University/Canadá), Fernando Villarraga Eslava (UFSM). Mediadora: Mauren Pavão
Przybylski (UFRGS).
19 hs – Momento cultural20h - 21h30min – Mesa Redonda 4: Espaços, saberes e transmissão: José Guilherme Fernandes (UFPA), Normélia Parise (FURG), Edil Silva Costa (UNEB), Mário Cézar Leite (UFMT). Mediadora: Sylvie Dion (FURG/ Secretária do GT de Literatura Oral e Popular da ANPOLL)
18 DE SETEMBRO
08h 30min -10h – Sessão de Comunicações III
10h30min - 12h – Mesa Redonda 5: Vozes ameríndias: Representante
do povo Kaingang, Marília Stein (Música/UFRGS), Rubelise da Cunha (FURG).
Mediador: Adilson Crepalde (UEMS)14h -15h30min - Sessão
de Comunicações IV
16h -18h – Prosa (A)fiada: Representante do povo Mbya-Guarani,
José Antarki (Graduando UFRGS), Luciana Hartmann (UnB). Mediador: Felipe Grune
Ewald (UEL)
18h -19h – Lançamentos &
performances20h – Conferência de Encerramento: Gonzalo Espino Relucé (Universidad Mayor de San Marcos/Peru– povo Quéchua). Mediadora: Ana Lúcia Liberato Tettamanzy (UFRGS/ Coordenadora do GT de Literatura Oral e Popular da ANPOLL)
21h – Apresentação Musical e confraternização
19 DE SETEMBRO
Manhã – Atividades dos participantes do evento junto à Escola
Técnica no bairro Restinga, Porto Alegre/RS.
Tarde – Encontro Intermediário do GT de Literatura Oral e Popular
da ANPOLL.
1. Apresentador de Comunicação Oral
2. Apresentador de vídeo
3. Relator na sessão de experiências de aprendizagens com oralidade
4. Assistente
COMISSÃO ORGANIZADORA
- Ana Lúcia Liberato Tettamanzy - Professora – UFRGS (Coordenadora Geral)
- Sylvie Dion – Professora - FURG
- Vera Lúcia Cardoso Medeiros – Professora – UNIPAMPA
- Cristina Mielczarski dos Santos- Doutoranda - UFRGS
- Felipe Grune Ewald – Doutorando - UEL
- Jeferson de Souza Tenório - Mestrando – UFRGS
- Laura Regina dos Santos Dela Valle – Mestranda - UFRGS
- Mauren Pavão Przybylski – Doutoranda - UFRGS
- Renata Ávila Troca - Doutoranda - UFRGS
- Surian Seidl - Mestranda - UFRGS
quarta-feira, 31 de julho de 2013
ETICA E RELAÇÕES SOCIAS
Construindo a educação, valores, cultura, ética e as relações sociais
Visitantes e estudantes professores da UFRGS- Universidade Federal do Rio Grande dos Sul- DEDS-Departamento Educação e desenvolvimento Social, Programa Convivências 2013. Programação Restinga.
De 29/7 até 02/08/13, atividades diversas com saídas às 15 horas da Escola Pasqualine. Participei das atividades no dia 29/07, na escola Pasqualine, 30/7 acompanhei a visita das professoras Rita e colega...em visita ao terreno da Escola de Capoeira, conversaram com mestre Bolivar e recebeu planta do projeto da UFRGS, professor Rufino e 31/7 , samba de raiz no Cecores.
Sentimos-nos muito orgulhosos com a presença dos responsáveis pelo DEDS e os Estudantes professores do curso pré-vestibular Esperança da Restinga. Este prepara jovens pretendentes a vestibular ou Enem nas Universidades do RS, que estão em busca de saberes para um futuro profissional.
Acreditamos ser este o caminho à desenvolver a cidadania que a Universidade pública próxima dos contribuintes da periferia, que são maioria da população nas cidades, alijada do processo de ingresso no curso superior. São práticas que deveremos exercer no dia-dia da convivência da violência domestica e a criminalidade juvenil, bem como prevenir os males que nos afetam no cotidiano das nossas vidas. Estamos mal e mal sobrevivendo a duras penas o nosso status quo com faltas importantes na saúde, na educação, na assistencial social, transporte, moradia, na segurança e lazer. Beleza, 31jul/13
terça-feira, 23 de julho de 2013
NOSSOS "POBREMAS"
A MESMISSE DE SEMPRE
A MESMISSE DE SEMPRE
A comunidade está cada vez mais “zonza”, não há liderança capaz de
responder as indagações, dar direção aos anseios das reivindicações necessárias
ao bom desempenho dos serviços públicos, que há muitos anos pautadas no
orçamento participativo municipal e estadual, sendo aprovadas como demandas
priorizadas e hierarquizadas nas estâncias de poder das diferentes esferas
públicas. Mas parece que temos que ficar assistindo o recolhimento de mais
cadáveres de jovens nas nossas esquinas pelo IML, verem as nossas dezenove
escolas fazerem pouco ou quase nada para acolhimento e qualificar as ações de
aprendizagem efetiva para uma possível profissionalização dos jovens em nossa
comunidade, bem como as ações de prevenção a saúde de um modo geral que tenha
atendimento qualificado, acolhimentos dignos, atendam as nossas revindicações elencadas
pelo nosso Conselho Distrital de Saúde, ações no Ministério Público, salvo as
exceções e o melhor juízo da minha opinião.
Assisto, participo, denuncio, reivindico com meus pares nesta
comunidade em que resido há trinta e oito anos, mas é um verdadeiro faz de
conta de profissionais, comunidade e poder público. Na nossa frente nos
agradam, sorriem, prometem, assinam documentos, fazem campanha eleitoral, mas
nestes anos todos que presencio com meu testemunho algumas coisas melhoram
outras nem tanto (com meus sessenta três anos de vida... será que vale alguma
coisa? E continuo acreditando.) e assim a vida continua e a limpeza humana que
despejam mais e mais gente a cada dia na Restinga e não encontramos um canal de escuta
verdadeiro dos nossos anseios e angustias do nosso dia-a-dia, com soluções
simples e claras, construídas com a comunidade, mas não com mero exemplos ou
exercício de cidadania.
Por isso, conclamo a todas as pessoas de bem, que desejam o bem comum
da comunidade da Restinga, peço a todos ajuda, principalmente as pessoas,
entidades que convivemos durante anos da nossa existência, independente de
posição política, à resolvermos os nossos principais problemas presentes em
nossas vidas, que continuam infernizar o nosso cotidiano do nosso bairro.
Abraço comunitário, Beleza, 18jul2013.
segunda-feira, 8 de julho de 2013
ENCONTRO ESTADUAL DE GEOGRAFIA
XXXII
Encontro Estadual de Geografia
EGB
- Encontro de Geógrafos do Brasil – seção P. Alegre
Nem
ao centro, nem a periferia: políticas, resistências e geografias
31/05,
01,02/06/13
Das
mesas constituídas de sexta, sábado, da qual participei a que mais me chamou
atenção foi na sexta-feira na Paróquia na fala do profº Andrelino Campos
(UERRJ), que trouxe a luz de toda a abordagem do EU – NÓS e o SUJEITO, onde
versava sobre uma sociedade que pouco enfatiza o nós como sujeito da sua
história onde o mesmo é capaz de identificar as reais capacidades do vigor como
sociedade e encaminha a solução da busca de caminhos próximos da realidade para
seus problemas. Sem isso se torna nulo seu processo de solução e busca, não há
identidade dos sujeitos no processo. Além de outras questões pertinentes a toda
a asa periferias do Brasil.
Outra
questão que me impressionou foi à mobilização de vários estudantes de todo o
Rio Grande do Sul, todos jovens. Da Restinga, três moradores, daí a minha
surpresa, pois quem estava por trás da organização era Movimento dos
Anarquistas com a mobilização dos seus simpatizantes em torno de uma causa,
trazem um aparato de pessoas para o evento sem a presença efetiva da comunidade
que sedia o evento. Acho isso um equivoca, pois os seus representantes não
participam das lutas e equívocos da comunidade e não dividem a construção da
história com seus não simpatizantes.
Os
locais que locaram para realização em que aconteceram os eventos de palestras não
cobram barato os alugueis.
É
registro que resumidamente gostaria de esclarecer aos leitores que acessarem
este blog.
Beleza. Junho/2013
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
TUTELANDO OS EQUIVOCOS
UM CONSELHO
TUTELAR NÃO CARTORIAL
“Cartorial – adj.
Cartorário;
Cartorário: Sm. Lugar onde se
registram e guardam cartas ou documentos importantes, arquivo. 2- Repartição
onde funcionam os tabelionatos, os ofícios de notas, as escrivanias da justiça,
os registros públicos, e se mantêm os respectivos arquivos.”
É fundamental dizer
que instituição do Conselho Tutelar, segundo estabelece o ECA – Estatuto da
criança e do Adolescente, diferentemente do que preconizava o código de
menores, diz que seus membros devem escolhidos pelas comunidades que pertencem
geograficamente e que ao se constituírem, é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional,
encarregado pela sociedade de ZELAR pelo cumprimento dos direitos das crianças
e do adolescente, definidos no ECA. Atuará nas comunidades que fazem parte da
sua competência ,dessa forma interagindo com os pais ou responsáveis na
aplicação de medidas de proteção junto à família e a comunidade. Não executando
medidas cartorialmente, mas levando-se em conta as necessidades individuais e
coletivas, prevenindo os responsáveis de ações futuras de modo a construir uma
rede de atendimento as necessidades dos infantes e jovens em desenvolvimento. Extinguir
a velha política do “di menor”; herança do Códico de Menor: Leis 4513/64 e
6697/79 e consolidar a política do desenvolvimento integral, compreendendo as
situações novas, diferentes e peculiares de cada uma das nossas crianças e
adolescentes como cidadãos em pleno gozo do seu desenvolvimento.
O que vemos no
dia-a-dia como prática absurda é a política da garantia do soldo a qualquer
preço, diferenciado perante aos demais trabalhadores, sem preocupações com o
trabalho de qualidade das ações tutelares. Atitudes assim, contrárias ao
compromisso de crescimento e autonomia das comunidades mais carentes do nosso
bairro e no Brasil.
As atitudes cartoriais são lesivas as organizações sociais comunitárias,
não estabelecem autonomias para que se desenvolvam em ações socioculturais no
cotidiano de cada núcleo familiar. Estas atitudes em nada ajudam na construção
da cidadania coletivas dos indivíduos com dificuldades em compreender as
relações éticas da humanidade devido à precariedade e ausência de formação
intelectual.
A sociedade está
voltada para questões que a mídia burguesa convencionou elencar para vendas de
seus produtos, não interessando muito a que preço se pague por estas aberrações
expostas as nossas crianças e jovens, não há limite para veiculações que prejudiquem
o desenvolvimento dos mesmos. Também vemos no dia-a-dia, contrariedades com
relação as validades do ECA, sendo propagandeadas por instituições de educação
rechaçando as atribuições de competência do órgão tutelar. Há algumas
veiculações sendo realizadas nas madrugadas em canais aberto com pouca
assistência. Precisamos caminhar junto na busca de aplicação dos limites e
liberdades da nossa juventude coesos e conscientes nos confrontamos com nossas
incoerências com nossa gurizada que andam meio feito boneco sem cabeça; a deriva,
sem rumo certo.
Em síntese, a sociedade humana está tão mal e complicada com os delitos das
criaturas maldosas, tanto quanto as ausências e a silenciosa cumplicidade
das criaturas bondosas em decisões coletivas do bem comum! beleza,jan/2013
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
QUEM NÃO SE COMUNICA SE TROMBICA?
Os nossos meios de comunicação social (MCS) são
pretensiosos e tem um lado de defesa dos interesses pessoais (intestinais). Se
não vejamos algumas considerações não menos importantes do nosso dia-a-dia nas edições
quinzenais dos informativos da nossa aldeia. As suas publicações são puramente
de interesse dos seus segmentos social que representam nas matérias publicadas
e propagandeadas. Estes “arrotos”não estão preocupados com a identidade e o desenvolvimento
cultural do bairro. Não incentivam, não promovem e causam benesses ao poder
público de exercê-la em uma política pública no sentido da buscar a autonomia e
a qualidade dos espetáculos a ser apresentada na comunidade. É neste sentido
que a promoção sendo levada em conta a construção da educação e valorização das
nossas produções, quem sabe um dia deixaremos de ter somente a produção
cultural de somente dois meses nos dias de carnaval. Como todos sabem, é muito
pouco para vocação artisticas que sobressaem nos espetáculos que apresentamos,
e muito mais vezes, fora da comunidade, pois não há incentivo no próprio bairro
a valorização e a qualificação dos nossos artistas. Há de se entender, que nem
todo mundo nasceu para ser artista ou outra profissão de destaque, mas é
necessário ter dom natural da profissão a ser abraçada no presente e futuro, e
que isso aconteça com sucesso na vida. Há alguns fatos pitorescos nas edições
publicadas, em quanto um jornal traz uma pauta sobre determinado assunto o
outro traz a mesma pauta com conotações diferentes, mas na essência é a mesma
coisa, e sem contar que fazem alusão a questões trazidas na grande mídia. Penso
que deveríamos ter autonomia e incentivar a nossa agenda de acontecimentos,
tendo o mínimo possível de isenção nos seus atos de divulgação direcionados ao
encontro dos desejos e afazeres da comunidade.
Em certas ocasiões brincávamos com a manifestação de atos
de divulgação pretendidos por indivíduos da comunidade que querem a fama a
qualquer custo, que iríamos criar algum dia a ARI - Associação Restinguense de
Imprensa para de qualquer forma termos o direito a liberdade de imprensa, onde
teríamos as nossas opiniões resguardadas e garantidas, pelos menos em nossos
MCS. Em tudo isso é fruto das nossas publicações.
Diz Ellen Grace, a ministra do
STF: “Sobre fatos, afirmações e coisas objetivas é possível o direito de
resposta, não sobre opiniões. Opinião cada qual tem o direito de ter a sua.
(zh, 28/05/11, p32)”.
Entretanto, já houve outros jornais em nossa comunidade,
uns de cunho mais jornalístico escolar, como o Quintanares, da Escola Municipal
Mario Quintana, por volta de 2002 e o Vez da Tinga da Escola Municipal Lidovino
Fanton que atuaram em algumas edições com a participação das crianças e
professores abnegados com causa da comunicação, incentivados pela direção Smed
da época, mas foram experiências muito legais para proveito da comunidade de um
modo geral, mas não levado adiante motivadas por vários empecilhos
burocráticos. Assim, acreditamos em uma imprensa livre com dever de ser o pilar
da democracia entre o MCS e seus parceiros e entre MCS, sociedade e a política.
Houve a experiência da rádio comunitária Restinga FM 88.1,
esteve no ar nos anos de 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004 com as interrupções
trouxe a baila interrupções indesejada e motivada por ranços autoritários e
ausências das esferas públicas, mas foi a experiência democrática mais
abrangente já conhecida nos MCS, já visto em nosso Estado naquele momento.
Tínhamos a audiência, pesquisa feita no seu trabalho de conclusão da estudante
Nola Gamalho e também trabalho proposto pelos estudantes de jornalismo da
Fabico – Ufrgs – 2001/02, trouxeram enormes contribuições a nossa comunidade,
mas pouco aproveitada pelos dirigentes eleitos posteriormente, na época. Mas
tivemos problemas na nossa organização de comunicação comunitária, estávamos aprendendo
a fazer comunicação para todos. Em 2004, assumiu outra direção na Rádio
Comunitária que de inicio razoavelmente prosperou, mas houve atitude
autoritária da Anatel, Policia Federal; a emissora foi fechada forçadamente e
nossa desorganização comunitária falhou mais uma vez. Perdemos, mais uma vez, a
oportunidade de exercer a democracia na comunicação em favor dos oprimidos.
Hoje temos uma rádio Livre, mas não atende os nossos
anseios comunitários, é chamada de rádio quilombo, mas vive se escondendo da
Anatel, funciona precariamente aos sábados; não desejam ter a carta de outorga,
isto é, lutar pela concessão da mesma para poder trabalhar a democracia na sua
essência, ouvindo os contrários do que pensamos e elaboramos. Jose Calos Beleza, mai/11.
domingo, 27 de janeiro de 2013
LEMBRANÇA DA DONA TECLA
Homenagem
ao vivo:
Dona
Tecla!
Resolvemos
homenageá-la, embora sabemos que Senhora
não goste de destaque e homenagens, em razão da sua história de luta em
favor do oprimido.
Mas
além disso, queremos recordar a época em Senhora aos 71 anos, subia nas árvores
das escolas para fotografar situações das crianças que estavam dentro do pátio
das escolas, fora da sala de aula e sem
professor. A Manipulação feita pela Smed – PMPA – 1985. Nesta época as crianças freqüentavam salas de aulas improvisadas em galpões de
CTGs., em lugares inóspitos, sem banheiros adequados, cadeiras e classes
utilizam bancos rudes, sem o mínimo conforto . Quanta ousadia, quantos exemplos
a serem seguidos e dignidade de uma vovó, hoje com 89 anos de idade bem
vividos.
Como
a Senhora pode ver, estamos seguindo seus exemplos, construindo alternativas
reais da nossa história como este movimento que hoje está trilhando passos
importantes na busca da consciência, dignidade, autonomia e convivência
fraternal sem opressão.
Nosso
muito obrigado pelos exemplos e que podemos resumir o que a Senhora tanto
defendeu a nossa comunidade com desenvoltura, humanidade e humildade. Mais uma
vez, muito obrigado mesmo.
Um
abraço do tamanho da Restinga, que lhe agradece.
Felicidades
!
LEMBRÁ-LOS, É HOMENAGEAR
Certamente
cada um de nós tem suas particularidades de lembranças de seus entes-queridos,
iremos fazer uma lista enorme de pessoas que passaram em nossas vidas e
deixaram saudades e respeito a sua história na comunidade. E não referenciamos
pessoas que já se foram deste para outro mundo como parte da nossa história e
identidade cultural.
Não
falamos e não nos lembramos do seu Santo Nicolau, vendedor de bala no antigo
fim de linha no centro, na travessa Sepúlveda, ônibus Restinga – L-65, que
passava pela rodoviária de Porto Alegre, era um grande sujeito, afrodecendente
de muito valor, que morava numa casinha de sobras de madeira rua Rondônia, na
Restinga. Um cidadão consciente das suas responsabilidades políticas na época e
ficou muito desanimado, desgostoso com o rumo da política vinha se desenhando.
Por sinal sua humilde moradia é a inspiração dos meus desenhos de casinha de
madeira dos primeiros moradores da Restinga.
Outra ilustre Moradora da
Restinga, Dona Tecla Mezzomo de Oliveira que chegou aos 94 anos de vida
intensa, deixou filhos, netos, bisnetos, admiradores e saudades por seu
trabalho na Comunidade da Restinga, na paróquia da Misericórdia, bem como maços
e maços de papéis de abaixo assinado para o hospital da Restinga; as primeiras
comissões de saúde da restinga; da farmácia comunitária com suas ervas naturais
que passou a existir na comunidade, dos movimentos Eclesiais de Base que deu
origem a muitos quadros políticos da comunidade; da comissão de educação que
deu origem a muitas escolas e que ajudou a descobrir crianças e adolescentes
fora da escola, nos meados dos anos oitenta.
O
Bar do seu Daniel – com seu bar no antigo fim da linha L-65 na Restinga, hoje
Igreja Batista, tomávamos café com lingüiça assada, enquanto aguardávamos o
ônibus para irmos ao centro da cidade, onde levávamos um tempo enorme de viagem
até centro da cidade...
Também
o Delmar Barbosa que ajudou muito samba bom no carnaval e programas de rádio...
Tia
Eva da Casa da Sopa que distribuía sopa uma vez por semana com ajuda da
comunidade...
E
tantos outros que passaram no anonimato, mas que de maneira geral contribuíram
com a comunidade.
Em
certa ocasião, queríamos homenagear a luta dessas pessoas na comunidade,
confeccionando uma escultura em frente ao Car-Restinga, fizemos, aprovamos o
projeto junto a PMPA e iniciamos a obra, mas não terminamos porque faltou
material e fomos barrados por meia dúzia de ignorantes que não sabiam do se
tratava o nosso evento cultural.
Portanto,
inúmeros indivíduos e companheiros de lutas, uns mais, outros um pouco; são
esquecidos com o passar do tempo, lembrá-los, tem haver com a nossa identidade,
com a nossa história, com nossos costumes, isto é, nossa cultura popular. É
muito importante para que os acontecimentos da comunidade, as gerações atuais e
futuras tomem conhecimento e valorizem estas pequenas ações de cidadania muito
esquecida na atualidade, e em razão das vicissitudes tecnológicas modernas e dos
“papagaios de pirata” que em nada contribuem com a construção de uma sociedade
mais justa e fraterna... Destacá-los é um exercício de cidadania, democracia,
humildade e valorização dos indivíduos que sobressaíram por seus méritos
pessoais e suas lutas coletivas.
Enfim, o individualismo será sempre será superado
pelos atos de valorização coletiva na busca da cidadania, que vão contribuir
favoravelmente com a superação da violência domestica e outros males que tanto
nos atrapalham na nossa política comunitária, isto é, indistintamente a favor
do bem de todos os viventes dessa terra...
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
SEM CULTURA
FRAGMENTOS DO NOSSO DIA-A-DIA
“SAÚDE
SEM CULTURA É REMEDIAÇÃO”
|
“ASSISTÊNCIA SOCIAL SEM CULTURA É
ASSISTENCIALISMO;”Sedac/RS
|
TRANSPORTE
COLETIVO SEM CULTURA É CARREGAMENTO DE ABÓBORAS;
|
“EDUCAÇÃO
SEM CULTURA É ENSINO;”
|
TRADICIONALISMO
SEM CULTURA É COLONIANISMO
|
MORADIA
SEM CULTURA É BANGALO;
|
MEIO
AMBIENTE SEM CULTURA É POLUIÇÃO;
|
LAZER
SEM CULTURA É HUMILHAÇÃO;
|
BOTECO
SEM CULTURA É DROGADIÇÃO;
|
ESPORTE
SEM CULTURA É COMPETIÇÃO DESLEAL;
|
CONSELHO
TUTELAR SEM CULTURA É EMPREGUISMO, É ATENDIMENTO CARTORIAL;
|
PROTEJO SEM CULTURA, SEM
IDENTIDADE É BENESSES DA ELITE JUDICIÁRIA;
|
O.P.
-ORÇAMENTO PARTICIPATIVO SEM CULTURA É ENGANAÇÃO;
|
CRIANÇA E ADOLESCENTE SEM CULTURA
É OPRESSÃO;
|
INDIVÍDUOS
SEM CULTURA É ZUMBI;
|
VENTO
SEM CULTURA É FURACÃO;
|
CULTURA
SEM CULTURA É MERCADORIA !
|
Autor: José Carlos Beleza dos Santos -
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
PLANO PROGRAMA DE RADCOM
Plano
de programa de rádio
Tempo
|
Dorso principal
do programa
|
Detalhamento
|
Observações
|
3 min
|
Rd
Maloca
|
Apresentação, bordão, casinha pequena, moradia de trabalhador pobre e
desassistidos;
|
|
30min
|
Personagens
|
- Senhor Bronca – reclama dos serviços que ñ funcionam, faz apelos
aos ouvintes;
- Zeca pimenteira- fofoqueiro de plantão, entrigueiro;
- Abóbora piadista, humorista;
- entrevistas
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30min
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Histórias
- contos
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-contar o dia-a-dia dos moradores
- a lida diária com o fº cças
- a lida com os fº adoles
- tarefas escolares
- lazer na rua das cças e adoles;
- contar fatos simples do cotidiano da comunidade;
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Procurar ñ ser caricato
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3 min
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Noticias
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Em geral e enfatizar as noticias locais
Mobilização, participação;
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Ajudar o ouvinte separar o que é bom do que é ruim;
(sem ser policialesco)
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5min
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Agenda
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Reuniões, encontros,
mobilizações e entrevistas, o tempo pode ser aumentado e retirado da música;
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Blocos com mais de uma intervenção no programa e em outros
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47 min
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Música
+ apoio cultural
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Divulgar a ficha técnica de cada música (autoria e cantor)
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Se necessário intermediar com flash de noticias
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2 horas
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OBSERVAÇÕES GERAIS:
O programa deve ser propositivo aos ouvintes, a emissora e
aos demais comunicadores. Estes devem estar sempre dispostos a formação em comunicação,
bem como estar envolvido com a organização da comunidade e de participar nos
eventos fora e dentro da comunidade. Estabelecer questionamentos sobre o
desenvolvimento da comunidade e seu comprometimento com a mesma.
Contribuir com propostas e melhorias da emissora e a
comunidade, entendo que as decisões devem sempre ser coletivas para o bem
comum.
Jose Carlos
Beleza Nov/2012
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO NA MINHA OPNIÃO, RESUMIDAMENTE!
A educação deve ser algo natural que está dentro do desenvolvimento
do seu saber, e solidariamente na sua convivência do dia-a-dia da vida. Diante
disso, sua mente, sua consciência mostrada em seus valores, tendo o desejo de absorver
os saberes naturais do cotidiano. E você ao incorporar esses saberes, jamais
poderão tirá-los de você, pois significa parte da sua conscientização, ficando
registrado em sua memória para sempre, algo construído em você de forma
transparente que reflita a construção do bem comum. A educação natural brota
dentro de todos os indivíduos e que ao demonstrá-la conscientemente na troca
verdadeira de valores com outros indivíduos seus iguais na sociedade. Dessa
maneira, comprovadamente temos o intento de eternizar os saberes ao longo da
vida que uma vez adquiridos, jamais poderão apagá-los de você, significando
parte de um aprendizado, valorizando sua inteligência para sempre. Jose Carlos Beleza, Nov.11
NZUMBI
Em 1654, com a expulsão dos
holandeses do Nordeste, os lusitanos lançaram expedições para repovoar os
engenhos com os cativos fugidos ou nascidos nos quilombos da capitania. Para
defenderem-se, as aldeias quilombolas confederaram-se sob a chefia política do
Ngola e militar do Nzumbi. A dificuldade dos portugueses de pronunciar o
encontro consonantal abastardou os étimos angolanos nzumbi em zumbi, nganga
nzumba, em ganga zumba. A confederação teria uns seis mil habitantes, população
significativa para a época.
Em novembro de 1578, em Recife,
Nganga Nzumba rompeu a unidade quilombola e aceitou a anistia oferecida pela
Coroa portuguesa apenas aos nascidos nos quilombos, em troca do abandono dos
Palmares e da vil entrega dos cativos ali refugiados ou que se refugiassem nas
suas novas aldeias.
'Acordo'
Acreditando nos escravizadores, Ganga
Zumba deu as costas aos irmãos de opressão e aceitou as miseráveis facilidades
para alguns poucos. Abandonou as alturas dos Palmares pelos baixios de Cucuá, a
32 quilômetros de Serinhaém. Foi seduzido por lugar ao sol no mundo dos
opressores, pelas migalhas das mesas dos algozes.
Então Nzumbi assumiu o comando
político-militar da confederação.
Para
ele, não havia cotas para a liberdade ou privilegiados no seio da opressão!
Exigia e lutava altaneiro pelo direito para todos!
Não temos certeza sobre o nome
próprio do último nzumbi que chefiou a confederação após a defecção de Nganga
Nzumba. Documentos e a tradição oral registram-no como Nzumbi Sweca.
Armas
Nos derradeiros ataques aos Palmares,
as armas de fogo e a capacidade dos escravistas de deslocar e abastecer rapidamente
os soldados registravam o maior nível de desenvolvimento das forças produtivas
materiais do escravismo, apoiado na super-exploração dos trabalhadores
feitorizados. As tropas luso-brasileiras eram a ponta de lança nas matas
palmarinas da divisão mundial do trabalho de então.
Não havia possibilidade de
coexistência pacífica entre escravidão e liberdade. Palmares era república de
produtores livres,
"Não
havia possibilidade de coexistência pacífica entre escravidão e liberdade.
Palmares era república de produtores livres, nascida no seio de despótica
sociedade escravista"
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nascida no seio de despótica
sociedade escravista, que surge hoje nas obras da historiografia apologética
como um quase paraíso perdido, onde a paz, a transigência e a negociação habitavam
as senzalas. Palmares era exemplo e atração permanentes aos oprimidos que
corroíam o câncer da escravidão.
Como lembraram, nos anos 1950, o
historiador trotskista francês Benjamin Pérret e piauiense comunista Clóvis
Moura, a confederação dos Palmares venceria apenas se espraiasse a rebelião aos
escravizados dos engenhos, roças e aglomeração do Nordeste, o que era então
materialmente impossível.
Liberdade,
Liberdade
Palmares não foi luta utópica e
inconsequente. Por longas décadas, pela força das armas e a velocidade dos pés,
assegurou para milhares de homens e mulheres a materialização do sonho de viver
de seu próprio trabalho em liberdade. Indígenas, homens livres pobres,
refugiados políticos eram aceitos nos Palmares. Eram braços para o trabalho e para
a resistência.
A proposta da retomada da escravidão
colonial em Palmares, com Zumbi com um "séquito de escravos para uso
próprio", é lixo historiográfico sem qualquer base documental, impugnado
pela própria necessidade de consenso dos palmarinos contra os escravizadores.
Trata-se de esforço ideológico de sicofantas historiográficos para naturalizar
a opressão do homem pelo homem, propondo-a como própria a todas e quaisquer
situações históricas.
Palmares garantiu que milhares de
homens e mulheres nascessem, vivessem e morressem livres. Ao contrário, em
poucos anos, os seguidores de Ganga Zumba foram reprimidos, re-escravizados ou
retornaram fugidos aos Palmares, encerrando-se rápida e tristemente a traição
que dividiu e fragilizou a resistência quilombola.
Resistência
A paliçada do quilombo do Macaco foi
a derradeira tentativa de resistência estática palmarina, quando a oposição
quilombola esmorecia. Ela foi devassada em fevereiro de 1694, por poderoso
exército, formado por brancos, mamelucos, nativos e negros, entre eles, o
célebre Terço dos Enriques, formado por soldados e oficiais africanos e
afro-descendentes. Não havia e não há consenso racial e étnico entre oprimidos
e opressores.
O último reduto palmarino, defendido
por fossos, trincheiras e paliçada, encontrava-se nos cimos de uma altaneira
serra.
A serra da Barriga e regiões
próximas, na Zona da Mata alagoana, com densa vegetação, são paragens de beleza
única. Quem se aproxima da serra, chegado do litoral, maravilha-se com o
espetáculo natural. O maciço montanhoso rompe abruptamente, diante dos olhos,
no horizonte, como fortaleza natural expugnável, dominando as terras baixas,
cobertas pelo mar verde dos canaviais flutuando ao lufar do vento.
Herança
Se apurarmos o ouvido, escutaremos os
atabaques chamando às armas, anunciando a chegada dos negreiros malditos.
Sentiremos a reverberação dos tam-tans lançados do fundo da história, lembrando
às multidões que labutam, hoje, longuíssimas horas ao dia, não raro até a morte
por exaustão, por alguns punhados de reais, nos verdes canaviais dessas terras
que já foram livres, que a luta continua, apesar da já longínqua morte do
general negro de homens livres.
♦ Mario Maestri, 64, é professor do programa de pós-graduação em
História da UPF
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